O SINJORBA - Sindicato dos Jornalistas da Bahia e FENAN - Federação Nacional dos Jornalistas, repudiam de forma veemente, a declaração do prefeito de Itapebi, Juarez Oliveira (Avante), conhecido como “Peba”, após atacaque à profissionais de comunicação, jornalistas e radialistas.
A fala foi proferida em um áudio emitido após matéria do site Leitura do Dia, que denunciou que obras de uma maternidade municipal estavam paralisadas e sem previsão de término, em prejuízo das gestantes que moram no município. O caso será levado para acompanhamento no âmbito da Rede ‘Agostinho Muniz’ de Combate à Violência Contra a Imprensa.
Após a matéria o prefeito gravou um áudio e enviou à jornalista perguntando se a mesma estava querendo propina. Mais adiante ele afirma que em época de eleição jornalistas e radialistas buscam propina.
“Já conheço vocês jornalistas e radialistas, chega na época da política vocês querem uma propinazinha, vocês vivem um chicletizinho…”, disse ele, entre outras coisas.
Em nota emitida em 29 de abril de 2024 e enviada a alguns veículos de comunicação, o prefeito Juarez Oliveira se desculpou e reconheceu que usou “palavras inapropriadas”, segundo ele em momento de tensão e que as circunstâncias que levaram àquele momento de exaltação não justificam a forma como se expressou.
“Peço desculpas aos profissionais sérios da imprensa por quaisquer generalizações indevidas e reafirmo meu respeito por sua importante função”, disse Peba.
Repúdio
Mesmo com as desculpas, o Sinjorba e a Fenaj vêm a público repudiar as declarações, afirmar que atitudes individuais reprováveis de uma ou outra pessoa, se aconteceram, não podem ser generalizadas às categorias, cuja função é levar informação à sociedade, em exercício do livre direito de imprensa, garantido pela Constituição. Se o prefeito considera que uma matéria não é jornalística e baseia-se em mentiras, deve procurar a justiça para exigir reparação, mas nunca acusar todos os profissionais, que em sua ampla maioria são idôneos e sérios.
Para as entidades sindicais dos jornalistas, a um gestor público exige-se o equilíbrio ao se deparar com situações extremas para, no arroubo, não escorregar ao autoritarismo, prepotência e desrespeito à Constituição.
Da mesma forma, alertamos para o cuidado que veículos de comunicação e os profissionais que galgaram o registro profissional de jornalista no Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) devem ter com o tratamento da notícia, em especial em ano eleitoral.
Sinjorba e Fenaj defendem a conclusão de curso superior em Jornalismo como critério basilar para ingresso na profissão exatamente porque é na universidade que os futuros jornalistas adquirem o conhecimento teórico e técnico necessário, além da formação em ética para atuação qualitativa, com isenção, responsabilidade e seriedade.