A Operação Fogo Amigo, liderada pela Polícia Federal, cumpriu um mandado de busca e apreensão na sede da 14ª CIPM, que fica no Lobato, subúrbio ferroviário de Salvador. A ação aconteceu no início da manhã desta terça-feira 21/05, tem como objetivo desarticular o tráfico de armas dentro de bases da PM da Bahia.
Segundo informações, o alvo da operação foi o soldado PM Robson de Jesus Santos, que também recebeu a visita dos grupos táticos das forças de segurança, no bairro de Pirajá. A investigação revelou que o nome de Robson surgiu como sendo um dos principais remetentes de valores para outro soldado baiano, o PM Gleibson Calado.
A investigação também identificou registros de transações de Robson com o sargento de Pernambuco, o PM Josenildo de Souza Filho, que movimentou R$ 2,1 milhões em apenas 180 dias. Robson, segundo as apurações da PF, foi flagrado em transações referentes a armamentos.
Quadrilha de policiais
A Polícia Federal, em ação integrada com o GAECO Norte do MP/BA, e com o apoio da CIPE-CAATINGA, BEPI (PM/PE); CORE-Polícia Civil da Bahia; GAECO/PE; FORCE/COGER; CORREG (Polícia Militar da Bahia e de Pernambuco); e Exército Brasileiro, deflagrou, na manhã desta terça-feira (20/05), a Operação FOGO AMIGO, com o objetivo de desarticular organização criminosa formada por diversos policiais militares da Bahia e Pernambuco, CACs e lojistas, especializada em vender armas e munições ilegais para facções criminosas nos dois estados e também em Alagoas.
Desde as primeiras horas da manhã, cerca de 325 policiais federais, grupos táticos da PF/BA, PM/BA, PM/PE, PC/BA GAECO/BA, GAECO/PE e Exército, cumprem 20 mandados de prisão preventiva e 33 mandados de busca e apreensão nas três federações em desfavor de agentes de segurança pública, CACs, empresários e lojas de comercialização de armas de fogo, munições e acessórios.
Foi deferido, ainda, o sequestro de bens e bloqueio de valores de até R$ 10 milhões dos investigados, além da suspensão da atividade econômica de três lojas que comercializavam material bélico de forma irregular. Durante a deflagração da operação, o Exército Brasileiro realizou fiscalização em outras lojas que comercializam armas, munições e acessórios controlados nos municípios de Juazeiro/BA e Petrolina/PE.
Os investigados responderão pelos crimes de Organização Criminosa, Comercialização ilegal de armas e munições, Lavagem de Dinheiro e Falsidade Ideológica, cujas as penas somadas podem chegar a 35 anos de reclusão. FOGO AMIGO faz alusão ao fato de que os policiais integrantes da organização criminosa vendem armas e munições de forma ilegal para criminosos faccionados e que acabam sendo utilizadas contras os próprios órgãos de segurança pública.
A Polícia Federal continuará a apuração, na tentativa de elucidar a real amplitude da suposta organização criminosa, bem como identificar outros integrantes. Fontes do Informe Baiano revelaram que um dos alvos da Operação Fogo Amigo é o capitão PM Mauro das Neves Grunfeld. Ele foi exonerado há pouco mais de um mês da 41ª CIPM/Federação, onde atuou como subcomandante.
Foram cumpridos dois mandados contra o oficial, um na Academia da Polícia Militar e outro no bairro da Graça, onde ele foi preso. Grunfeld também já atuou na cidade de Porto Seguro, cidade que também recebia armas e munições através da quadrilha comandada por policiais baianos e pernambucanos.
A fonte do IB revelou ainda que as investigações da PF apontam que o capitão seria um contumaz negociador de armas e munições com o investigado Gleybson, na compra e na venda. Gleybson, na verdade, é o soldado PM Gleydson Calado do Nascimento, que teria movimentado quase R$3 milhões em menos de um ano e seria o contato de uma facção na capital. O grupo criminoso apontado é o Comando Vermelho (CV). PM Gleydson Calado foi alvo de um mandado de prisão em Lauro de Freitas.
Os levantamentos da PF indicam ainda que o capitão seria o principal remetente de valores para o soldado Calado, tendo transferido a quantia de R$ 87.330,00 através de 35 transações. A inteligência policial acredita ainda que um braço-direito de Grunfeld seria fornecedor de armamento para facções criminosas na capital baiana e os pagamentos eram realizados por intermediários apontados por líderes de facções.
Ascom - PF
Por - Gutemberg Stolze - Imprensananet.com