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Por: Gutemberg Stolze
08/07/2021 - 14:11:57

 

 

Em 2014, o país do futebol recebeu o maior evento futebolístico do planeta, a Copa do Mundo. A expectativa pelo Hexa era imensa e os comentaristas de bar já projetavam a final contra a grande rival Argentina, em pleno Maracanã. Mas, no dia 8 de julho de 2014, esse sonho foi por água abaixo.

 

 

 

O palco que recebeu a semifinal da Copa do Mundo entre Alemanha e Brasil foi o Mineirão. O jogo, mesmo antes de começar, tinha seus contornos dramáticos. Neymar havia saído machucado, e Thiago Silva tomou o terceiro amarelo nas quartas de final contra a Colômbia. A ausência do camisa 10 era uma enorme preocupação, já a do zagueiro era levada em tons mais suaves, visto que na reserva tínhamos Dante, que "conhecia os alemães", segundo os especialistas da bola na época.

 

 

 

O árbitro trilha o apito, a bola rola e o jogo começa. A euforia da multidão forma uma atmosfera única. Por alguns minutos, a Alemanha respeita o Brasil, que acredita que pode vencer. Aos 10 minutos de partida, esse cenário se inverte completamente. Escanteio para os alemães, Toni Kroos cobra no miolo da área, a bola passa pela linha formada na primeira trave e sobra limpa para Thomas Muller, que abre o placar.

 

 

 

Depois do gol, o Brasil ainda crê na qualidade dos seus jogadores e na vitória. Doce ilusão que, a partir dos 20 minutos, se transformou no maior dos pesadelos. Klose ampliou o placar aos 23, no rebote de Julio Cesar. Em dois erros de saída de bola, Kroos faz o terceiro e o quarto da Alemanha, no minuto 24 e 26. Três minutos depois, Khedira marca o quinto gol.

 

 

 

Faltando 60 minutos para o apito final, a Alemanha vencia o Brasil por 5 a 0. Torcedores choravam nas arquibancadas, outros xingavam. Os alemães davam risada, incrédulos. Nem mesmo eles acreditavam no que estavam vendo. Na volta do intervalo, a Alemanha jogando já em ritmo de treino ainda faz mais dois gols, com Schurrle. O gol de honra brasileiro veio pelos pés de Oscar, no finalzinho da partida.

 

 

 

A partida, além do duro golpe aplicado no "país do futebol", evidenciou recados que o campo já estava querendo nos dar a muito tempo. O Brasil estava ficando para trás. O futebol havia mudado, passou por transformações profundas nas formas de se jogar. O inepto Felipão, da família Scolari de 2002, já não existia mais, estava ultrapassado. O treinador paizão já não bastava mais. 

 

 

 

Passados sete anos daquele choque de realidade, o Brasil está em outro patamar. O trabalho de Tite tem seriedade, organização e, principalmente, resultados. O time dificilmente toma gols e é assustadoramente competente, com aproveitamento acima dos 80%. São 45 vitórias, 11 empates e apenas quatro derrotas.

 

 

 

Isso não é garantia alguma de título mundial, visto que fomos eliminados na última Copa do Mundo para a Bélgica. Mas em um esporte cada vez mais equilibrado, em que já não se vê aquela disparidade de anos atrás entre uma seleção e outra, a regularidade é essencial. 

 

 

 

A Eurocopa desse ano reforça essa perspectiva. Por mais emocionante que sejam os jogos, o alto nível dos jogadores, do gramado, dos árbitros, o equilíbrio é a regra. Não à toa, tivemos cinco prorrogações nas partidas de mata-mata do torneio. 

 

 

 

O que pesa para o Brasil é uma obrigação de sempre dar show. O torcedor, em sua grande maioria, espera da seleção uma goleada por partida. "Como assim ganhou do Peru de 1 a 0? Na minha época era 5 a 0 nesses caras". Isso simplesmente não existe mais, mas ainda assim a cobrança é feita. 

 

 

 

Na Copa do Mundo de 2022, o Brasil chega como favorito como em todas as edições. Podemos ser eliminados, não golear em todos os jogos, não conquistar o título, sim, tudo isso pode acontecer. Mas algo que jamais vai acontecer nessa seleção, especialmente com Tite, é tomar sete gols numa partida. E isso já diz muito sobre onde estávamos e onde estamos agora. 

 

 

Por - Gutemberg Stolze / Imprensananet.com

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