A população da Costa do Descobrimentos e outras regiões estão preoculpada com uma possivel onda de infecção pelo "Adenovírus Humano" que pode causar infecções em diferentes órgãos. No entanto, parece ter predileção pelas vias respiratórias e pelos órgãos do trato digestório, urinário e olhos.
A palavra vírus vem do latim e significa “fluido venenoso, toxina”. No campo das ciências biológicas, ela serve para designar minúsculos agentes infecciosos, invisíveis ao microscópio óptico. Foi por isso que, só depois da invenção do microscópio eletrônico na década de 1930, tornou-se possível obter imagens desse micro-organismo patológico, que pode infectar células de animais (incluindo os humanos), vegetais, fungos e bactérias.
Trata-se de uma estrutura lipídica constituída sobretudo por glicoproteínas e derivada principalmente da membrana das células do hospedeiro, que engloba o capsídeo. Sem contar com metabolismo próprio, vírus necessitam de uma célula sadia pertencente a outro organismo, seja ela humana ou de outro animal, de um fungo, planta ou bactéria que lhe sirva de hospedeiro para dar prosseguimento ao processo de replicação do material genético, função que desempenha com extrema rapidez.
No organismo humano, o tempo médio entre o contato com o adenovírus e a manifestação clínica inflamatória que induz, varia de acordo com as características do agente infeccioso. Nas infecções respiratórias, entretanto, esse período pode variar de 2 a 14 dias e, naquelas do trato intestinal, pode estender-se por 3 a 10 dias. Importante registrar que, nessa fase, a pessoa infectada pode transmitir o vírus sem sequer saber que havia sido infectada.
O adenovírus pode ser transmitido pelo contato direto com gotículas das secreções infectadas do trato respiratório, eliminadas quando a pessoa tosse ou espirra, ou por fômites (objetos capazes de absorver organismos contagiantes) contaminados, já que esse micróbio consegue sobreviver por longos períodos em objetos, como brinquedos, dinheiro, maçanetas de portas e janelas de edifícios ou de veículos, aparelhos telefônicos, toalhas, etc.
O diagnóstico da infecção por adenovírus leva em conta as condições clínicas do paciente e o resultado de alguns exames laboratoriais, cultura viral, detecção do antígeno e do ácido nucleico e a sorologia, realizados em amostras das secreções respiratórias e oculares. Raios X de tórax são exames por imagem que permitem diagnosticar com mais segurança a extensão da doença e o risco de complicações graves que podem exigir internação hospitalar.
A melhor forma de prevenir a propagação do adenovírus humano é adotar medidas básicas de higiene. Entre todas, a mais importante é lavar as mãos com água corrente e sabão de qualquer tipo antes das refeições, depois de usar o banheiro e de trocar as fraldas das crianças ou de um idoso, assim que entra em casa na volta do trabalho ou das compras, ou antes de chegar perto do amigo doente.
Embora as infecções por adenovírus humano possam acometer pessoas de todas as idades, elas se manifestam principalmente nos primeiros anos de vida. Na maioria dos casos, são doenças benignas, autolimitadas, que regridem espontaneamente em poucos dias.
Há situações, porém, em que se torna necessário introduzir medicação para alívio dos sintomas e controle das complicações. O ideal é que o tratamento sintomático ou de suporte seja feito sob supervisão médica, uma vez que pressupõe a indicação de analgésicos contra a dor, antipiréticos para baixar a febre, fluidificantes nasais, broncodilatadores e colírios.
Fonte: Manual MSD – Infecção por Adenovírus
Por - Gutemberg Stolze / Imprensananet.com