O delegado Fábio Pinheiro Lopes, diretor do DEIC - Departamento Estadual de Investigações Criminais de São Paulo, explicou como começou a troca de tiros que deixou resultou no asassinato da policial Milene e as mortes do empresário Rogério Saladino e de um funcionário do empresário. Em entrevista ao site Metrópoles, Pinheiro detalhou depoimentos que indicam que o dono do Grupo Biofast não acreditou que seriam de fato agentes trabalhando.
“Eles viram um motoqueiro entrar na casa do empresário e foram falar com ele, a Milene estava devidamente identificada e falou que precisava das imagens. O motoqueiro disse que não teria problema e que iria falar com o patrão”, contou o delegado.
Saladino teria ordenado que seus funcionários fechassem as portas da mansão, que são blindadas
“Esse motoqueiro falou com o empresário, que teria dito: ‘Não. Isso é golpe’. Ele teria, então, se municiado com duas armas de fogo [uma calibre 45 e outra de calibre 380”, disse Pinheiro, relatando que neste momento o empresário pediu para o vigilante abrir o portão enquanto ele já começava atirando, matando Milene na hora.
Na sequência, o parceiro de Milene reagiu e atirou no empresário que, mesmo ferido, teria prosseguido com os tiros
“Aí o vigilante foi pegar a segunda arma para tentar reagir, e acabou sendo baleado também pelo policial.”
No momento em que houve o tiroteio, acontecia uma festa na mansão de Rogério Saladino. Segundo a reportagem, a polícia encontrou vários tipos de drogas no quarto do empresário. Entre as substâncias encontradas havia haxixe, maconha e drogas sintéticas.
Milene estava no DEIC há 7 anos, e deixa uma filha de 5 anos
O delegado Fábio Pinheiro apontou que a agente era uma das melhores policiais da divisão. “No DEIC eu tenho 650 policiais, e a Milene era a que mais se destacava. De cada 10 latrocínios que a gente atendia, ela e o parceiro esclareciam 8. É uma perda irreparável”, lamentou.
Dian afirmou que Milene foi baleada com uma pistola calibre 45, a uma distância entre 8 e 10 metros. “Ele abriu a porta da casa dele e já passou a atirar na policial”, afirmou. “Ele simplesmente abriu [o portão], se abrigou e começou a atirar na policial, que estava inclusive falando com o delegado dela [por telefone], reportando a diligência.”
A policial Milene Bagalho deixa uma filha de 5 anos, A Polícia Civil expressou luto pela morte da investigadora durante o trabalho. Artur Dian, delegado-geral da Polícia Civil de São Paulo, também elogiou a policial.
“Milene era uma policial exemplar, que vinha desenvolvendo investigações complexas, sempre trabalhando com muito afinco.”
O empresário teria chegado a ver as imagens externas da casa e comentado: “Isso é golpe mesmo”. “Ele pediu para o vigilante abrir o portão e ele já desferiu o tiro fatal na Milene. E continuou atirando: acertou no Uber que estava parado em frente e acertou no portão da casa da frente”, afirmou Lopes.
O delegado falou com os pais da policial e disse que eles estão “transtornados”. Ao lembrar que Milene deixa uma filha de 5 anos, Barbosa disse que “não dá nem para imaginar” a dor da família. Milene foi enterrada neste domingo 17/12, em um funeral que reuniu centenas de colegas. Durante o velório, realizado no Crematório da Vila Alpina, muitos policiais civis choravam e outros, comovidos, mal conseguiam falar com a imprensa.
Com informações: Site Metrópoles
Por - Gutemberg Stolze / Imoprensananet.com