A investigação sobre um esquema de intimidação e coleta ilegal de dados pessoais do ministro do STF, Alexandre de Moraes, começou após ameaças e tentativas de suborno à delegada Denisse Ribeiro, através de um e-mail anônimo criptografado. Denisse liderou a Operação Acrônimo em 2015, que investigava fraudes eleitorais.
Durante o caso, a Polícia Federal encontrou documentos ligando a construtora JHSF a pagamentos de R$ 4 milhões a um escritório de advocacia associado a Moraes, entre 2010 e 2014. O caso foi arquivado, mas voltou à tona em 2024, quando esses dados foram usados para ameaçar e expor agentes federais.
A campanha contra Moraes e os agentes federais 'teria sido' organizada pelo blogueiro Allan dos Santos, que ofereceu US$ 5 milhões por provas contra o ministro. Em março de 2024, um e-mail assinado por "Tacitus" foi enviado à delegada Denisse, sugerindo a colaboração dela na "Operação Spoiler" e mencionando o pagamento milionário à campanha de Allan.
O remetente também acessou ilegalmente dados pessoais de Moraes, Denisse e José Auriemo Neto, sócio da JHSF, por meio do sistema Infoseg, utilizado por servidores públicos. Ainda de acordo matéria, o Ministério da Justiça declarou que colabora com a investigação e que o Infoseg é monitorado continuamente para evitar acessos irregulares.
Especialistas criticaram a falta de controles mais rigorosos para a proteção dos dados pessoais e sugeriram a implementação de medidas de segurança mais robustas no sistema. A empresa JHSF confirmou que os pagamentos a Moraes eram honorários legais e que confia nas autoridades para esclarecer o caso.
A situação escalou quando Tacitus passou a enviar ameaças veladas à delegada, incluindo comparações com figuras nazistas e mensagens intimidatórias. A Polícia Federal rastreou o uso indevido de dados no sistema Infoseg, revelando que as informações pessoais das vítimas foram acessadas várias vezes por diferentes servidores públicos, o que reforçou a gravidade das intimidações.
Fonte: Uol
Por - Gutemberg Stolze / Imprensananet.com